Notícias Sem Barreiras

Rede de supermercados atende a pedido de mãe por carrinho adaptado e faz a alegria de garoto de 14 anos

Data de Publicação: 30 de Agosto de 2016

Adolescente de 14 anos que nasceu com síndrome de Angelman está em um carrinho de supermercado adaptado

Adolescente de 14 anos que nasceu com síndrome de Angelman está em um carrinho de supermercado adaptado

A alegria de mãe e filho passeando num supermercado, num carrinho adaptado, chamou atenção esta semana no Facebook. O post era um agradecimento de Luciana Cassal à rede de supermercados Zaffari, que havia atendido ao pedido dela de providenciar um carrinho adaptado para que pudesse fazer as compras com o filho. João Victor, que tem 14 anos, nasceu com a Síndrome de Angelman, um distúrbio neurológico que provoca uma série de comprometimentos físicos e mentais.

A iniciativa dos carrinhos adaptados, embora já seja realidade em alguns supermercados do país, é pouco divulgada. No caso da Luciana, foi por meio de uma postagem de uma mãe de São Paulo que ela ficou sabendo da existência do carrinho. “Quando vi o post daquela mãe sobre o carrinho de supermercado adaptado, a realidade caiu sobre mim. Há quanto tempo meu filho não ia somente comigo ao supermercado?  Eu não tinha cogitado a possibilidade de já existir um carrinho adaptado. Não pensei duas vezes, apontei a dificuldade para a Cia Zaffari, mostrei a solução e o resultado da implementação que ocorreu em SP.”

Gaúcha, mãe de 2 filhos (ela também é mãe do Vicente de 7 anos), Luciana reside em Porto Alegre/RS e conta que precisou adaptar a vida às necessidades especiais do filho. Formada em Publicidade e Propaganda, ela trabalha como autônoma na criação de logomarcas e artes para material gráfico, além de ter um atelier virtual de papelaria personalizada para festas e lembrancinhas infantis. “O trabalho convencional é outro desafio para pais de crianças com necessidades especiais. Este foi o caminho que encontrei para poder conciliar a carreira com as consultas, terapias e exames do meu filho”.

Apesar das limitações, o pais sempre fizeram questão que João participasse dos programas familiares. “Desde pequeno, nós sempre fizemos muitas atividades com ele. Vamos a parques, cinemas, praças, praias, viagens, shoppings, etc. Enquanto eles são pequenos, não sentimos tanto as dificuldades, mas com o crescimento, todas as barreiras começam a ficar mais evidentes”.

Luciana lembra que, embora as leis ajudem, ainda falta acessibilidade nas coisas mais básicas, como por exemplo o nivelamento das calçadas, as rampas de acesso e a pavimentação das ruas. “A minha luta no momento tem sido as calçadas do bairro onde moro. As pessoas não percebem que para nós a dificuldade sempre vai existir, pois tudo exige um esforço além do natural. Precisamos que a sociedade minimize as barreiras e não as dificulte ainda mais. Manter a calçada plana e em condição de todas as pessoas transitarem sem perigo, sem dificuldade, é uma questão de cidadania. O direito de ir e vir de todos começa por cada um. Isso é respeito ao próximo. Infelizmente, é isso que mais falta: empatia e responsabilidade social”.

Sobre a experiência de João Victor no supermercado, Luciana relata o quanto foi importante para ambos. “Ele adorou! Inicialmente, ficou encantado com o carrinho, explorou, tocou, sorria muito. Estava muito feliz e satisfeito. Interagia com as pessoas, com o ambiente. Tenho certeza que ele adorou o passeio. Poder fazer algo tão trivial com ele me trouxe uma sensação maravilhosa de esperança, de fé na humanidade. Inclusão é isso.  Em vários momentos, fiquei emocionada e pensei: sim, tem muita coisa ruim acontecendo no mundo, tem muita coisa para melhorar lá fora, mas ainda é o amor que move o mundo. É o sorriso satisfeito e verdadeiro de um garoto repleto de limitações, mas que por causa de uma única ação pode estar ali fazendo compras com a sua mãe no supermercado”.

Fonte:http://www.papodemae.com.br/2016/08/26/rede-de-supermercados-atende-pedido-de-mae-por-carrinho-adaptado-e-faz-alegria-de-garoto-de-14-anos/