Aracaju Acessível

Carta aberta a Aracaju - Projeto Aracaju Acessível 2015

Data de Publicação: 09 de Novembro de 2015

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CARTA ABERTA A ARACAJU

 

PROJETO ARACAJU ACESSÍVEL: O TRABALHO COMO INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

 

"Tratar diferente o diferente é oportunizar com igualdade"

 

Comemorando o Dia Nacional e Municipal de Luta da Pessoa com Deficiência, este último instituído a partir da Lei 4.444/2013, de autoria do vereador Lucas Aribé, estivemos nas ruas de Aracaju no período de 20 a 27 de setembro de 2015, executando a III Semana Aracaju Acessível: O Trabalho como Instrumento de Transformação Social, realizando diversas atividades de sensibilização, mobilização e instrumentalização da sociedade aracajuana para a promoção da acessibilidade em seus diversos âmbitos.

 

O Projeto Aracaju Acessível foi idealizado e realizado pelo vereador Lucas Aribé com o apoio e a colaboração do Iluminar, da sua equipe de trabalho, de instituições que lidam com pessoas com deficiência, da imprensa, de órgãos públicos estaduais e municipais, de instituições públicas e particulares de ensino, de empresas, de clínicas, de organizações não governamentais, de oscip, do sistema S, da sociedade civil organizada e de pessoas comprometidas com a causa, que não mediram esforços para fazer com que nesse período o maior número possível de aracajuanos falasse, ouvisse, comentasse e refletisse sobre acessibilidade como direito de todos os cidadãos.

 

As práticas reflexivas oferecidas a Aracaju durante a semana reforçaram em nós o entendimento de que é necessário ampliar os esforços de todos os cidadãos para a eliminação das barreiras que limitam ou impedem a participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida no convívio social. Pretendemos, com isso, garantir à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida a participação social plena, efetiva e em igualdade de condições com os demais cidadãos, uma vez que estará sendo tratada diferente na sua diferença e terá garantida a igualdade de oportunidade que lhe é de direito.

 

Plantamos a semente em 2013 e continuamos a regá-la com criatividade e compromisso. Enquanto não chegam as flores e os frutos, insistimos:

 

1- Que saiam do papel para a prática efetiva da inclusão social, da equiparação de oportunidades e do exercício pleno da cidadania das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, as leis, lembrando em especial a Lei Brasileira da Inclusão (Lei 13.146/2015) que vigorará a partir de janeiro, os decretos, as normas e as políticas públicas que a elas se refiram, transformando desta forma a intenção em atitude.

 

2- Que a aprendizagem profissional praticada pelo Sistema S, em especial pelo Senac, Senai e Sescoop tenha como foco a pessoa com deficiência, preparando-a para ingresso e permanência no mercado de trabalho.

 

3- Que seja difundido e estimulado o empreendedorismo, o desenvolvimento de cooperativas e  o estabelecimento do negócio próprio  como  práticas acessíveis da autonomia laboral.

 

4- Que o emprego apoiado torne-se realidade no município de Aracaju, abrindo caminho para a construção de um mundo laboral plural e inclusivo.

 

5- Que sejam eliminadas todas as barreiras que dificultam ou impedem a contratação de profissionais com deficiência para atuar no mercado de trabalho, a começar por ofertas de vagas em todos os níveis da empresa e não concentradas em cargos mais simples, reduzindo assim o preconceito e a discriminação.

 

6- Que todos os ambientes de trabalho sejam estruturados de forma a garantir a presença da pessoa com deficiência, oferecendo acessibilidade arquitetônica, disponibilização de tecnologias assistivas, desenvolvimento e capacitação, sensibilização dos colaboradores e vida laboral digna.

 

7- Que os produtos disponibilizados para venda em supermercados e lojas saiam das fábricas com os códigos de barra acessíveis e estejam dispostos em prateleiras e outras estruturas que permitam às pessoas com deficiência autonomia nas compras.

 

8- Que sejam praticadas ações objetivando atender as pessoas com deficiência, clientes em potencial, de forma digna, responsável e competente nas diversas lojas, bares, supermercados, restaurantes, bancos, contribuindo para a construção plena da sua cidadania.

 

9- Que sejam difundidos os programas de empregabilidade para pessoas com deficiência existentes na cidade, informando claramente onde cadastrar currículos, empresas com disponibilidade de vagas, detalhamento de cargos e especificação de competências para ocupação dos mesmos, remuneração e capacitação dirigida.

 

10- Que seja difundido a partir do ensino fundamental menor o conceito de acessibilidade e estimuladas na sociedade escolar as práticas cidadãs que eliminam barreiras no cotidiano das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

 

11- Que seja estimulado e difundido o esporte paralímpico e garantido incentivos aos paratletas e seus guias.

 

12- Que seja assegurado às pessoas com deficiência o acesso com autonomia a espaços de lazer (praias, parques e cinemas) e de cultura (museus e teatros), para a plena participação e interação social.

 

13- Que todas as calçadas da nossa cidade sejam livres e acessíveis, a começar pelas do centro comercial, permitindo que todos os cidadãos circulem com autonomia e segurança.

 

14- Que os pontos de parada de transportes públicos ofereçam acessibilidade aos usuários, comunicando eficazmente as informações necessárias, independentemente de sua capacidade sensorial, física ou de condições ambientais.

 

15- Que seja incentivada na cidade uma cultura de compartilhamento de conhecimento, experiências, informações e, principalmente, ideais, estimulando cada cidadão a assumir a postura de guardião da acessibilidade, fortalecendo assim seu sentimento de pertencimento a Aracaju.

 

Assim queremos, assim buscamos e por isso lutamos.

 

Aracaju (SE), 21 de setembro de 2015.

 

 

 

PROJETO ARACAJU ACESSÍVEL

 Responsável: Lucas Aribé Alves