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Pesquisa analisa efeitos do isolamento social em mães de crianças e adolescentes com deficiência

Questionário estará disponível até final do ano e pode ser respondido mais de uma vez

Data de Publicação: 06 de Agosto de 2020

O Grupo TALT (Técnica Aplicada Lavínia Teixeira), do Departamento de Educação em Saúde da UFS, está realizando uma pesquisa para entender os impactos do isolamento social, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, em mães de crianças e adolescentes com deficiência no país.

O objetivo é verificar como os efeitos da sobrecarga do cuidado se refletem nos níveis de ansiedade, estresse e depressão e analisar, além de crenças espirituais, qualidade e perspectiva de vida do público-alvo do estudo no período da crise sanitária mundial.

Com duração média de cinco minutos, os formulários digitais vão estar disponíveis até o final deste ano e podem ser respondidos mais de uma vez. Isso permite, segundo a coordenadora do TALT, professora Lavínia Teixeira, o acompanhamento, ao longo da pandemia, dos efeitos do confinamento na saúde mental do grupo social investigado.

“A gente fica pensando como devem estar essas mães que tinham rotinas de levar às crianças para salas de cuidado, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicopedagogia e tinham acesso a diversos profissionais especializados para fazer os atendimentos aos filhos. E agora, elas se encontram em uma situação em casa o tempo inteiro e precisam dar o cuidado integral aos filhos. Aí, surgiu a inquietação de saber como está impactando tudo isso na vida dessas mães," explica Lavínia Teixeira.

A pesquisadora ainda afirma que o estudo pode orientar, além de ações na Universidade, propostas de políticas públicas de promoção à saúde das cuidadoras em nível local, com potencial de escala. “A partir dos resultados que a gente obtiver, a gente vai tentando ampliar isso para demais localidades. Isso é um andar de formiguinha. A gente vai primeiro pedacinho por pedacinho para tentar conseguir chegar a essa meta final, que são essas políticas também direcionadas para as mães.”

O estudo também busca dar visibilidade às mães de crianças e adolescentes com deficiência. “Eu estava comentando com umas alunas anteriormente que as mães funcionam como cabides das pessoas com deficiência. E elas são invisíveis mesmo. Existem até profissionais que não chamam pelo nome. É: ‘ou, mãe, mãezinha, vem cá, mãezinha de não sei quem’. Existe esse olhar desumano para essas mães”, pontua.

Fundado no ano de 2007, o Grupo TALT está vinculado ao Departamento de Educação em Saúde do campus Antônio Garcia Filho, em Lagarto. O objetivo da iniciativa é promover a inclusão social de crianças e adolescentes com deficiência através da arte.

 

Fonte: UFS