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Observatório da Acessibilidade faz diagnóstico de espaços culturais da cidade

Data de Publicação: 19 de Setembro de 2019

#PraTodoMundoVer Foto dentro de um auditório. Estudante em pé apontando para a projeção na parede. À direita da foto estão sentadas à frente de uma mesa quatro pessoas, olhando para a apresentação. Sã

#PraTodoMundoVer Foto dentro de um auditório. Estudante em pé apontando para a projeção na parede. À direita da foto estão sentadas à frente de uma mesa quatro pessoas, olhando para a apresentação. Sã

Um projeto para sensibilizar a comunidade acadêmica e expor um verdadeiro diagnóstico da acessibilidade em alguns espaços de Aracaju. Esse é o Observatório da Acessibilidade, apresentado nesta quinta-feira, 19, pelos alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Tiradentes (Unit), em parceria com o vereador Lucas Aribé. A ação, que integra a 7ª Semana Aracaju Acessível, percorreu equipamentos culturais, esportivos e turísticos da capital sergipana para verificar as condições de acesso das pessoas com deficiência, em atenção ao que está previsto na Lei Brasileira de Inclusão, e com base nas normas da ABNT, tanto do ponto de vista estrutural quanto assistivo. 
 
#PraTodoMundoVer Dois rapazes caminham em calçada. Um deles está vendado e usa muleta, sendo guiado por outro, à direita da foto. Ao fundo, outras pessoas caminham repetindo a mesma ação.

#PraTodoMundoVer Dois rapazes caminham em calçada. Um deles está vendado e usa muleta, sendo guiado por outro, à direita da foto. Ao fundo, outras pessoas caminham repetindo a mesma ação.

Organizador do Aracaju Acessível, Lucas Aribé destaca a necessidade de mostrar aos acadêmicos que tornar acessível vai muito além de adaptar os locais com rampas, piso tátil e outros elementos estruturais. “Não é só a parte arquitetônica, para garantir a acessibilidade precisamos de diversos outros aspectos. Há muitas barreiras, como o transporte, a comunicação, e, principalmente, a atitudinal, porque essa depende da vontade humana. Ainda há desconhecimento e discriminação, e, se não eliminarmos isso, não vamos conseguir acabar com as outras barreiras. Fico feliz com essa iniciativa, pois esses são profissionais que vão sair da academia com uma visão diferenciada, preparados para uma efetiva inclusão”, comemora Lucas. 
 
O Observatório foi realizado pelos alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unit, através do Núcleo de Projetos, Pesquisa e Extensão (Nuppe). Entre os meses de agosto e setembro, os estudantes fizeram o levantamento das condições dos espaços da cidade, catalogando de forma sistemática todo o material. O resultado disso foi apresentado pelo grupo e exposto em uma exposição fotográfica acessível no bloco G da universidade. 
 
#PraTodoMundoVer Foto no minishopping da Unit. Pessoas sentadas em cadeiras do minishopping, a professora Lygia em uma cadeira de rodas sendo guiada por Lucas Aribé, que está em pé atrás da cadeira. A

#PraTodoMundoVer Foto no minishopping da Unit. Pessoas sentadas em cadeiras do minishopping, a professora Lygia em uma cadeira de rodas sendo guiada por Lucas Aribé, que está em pé atrás da cadeira. A

Foram analisados pelos universitários aspectos como a presença de barreiras, tecnologia assistiva, acessibilidade, entre outros elementos. Dentro do tema A Arte de Incluir, eles visitaram espaços de cultura, lazer, esporte e turismo em Aracaju, a exemplo do Centro de Criatividade, Teatro Atheneu, Arcos da Orla e o estádio Lourival Baptista (Batistão).

Para a professora Lygia Carvalho, é preciso transformar as maneiras de enxergar o próximo para garantir uma inclusão plena nos espaços arquitetônicos. “Nós pensamos muito na parte estrutural. Não é só criar uma entrada especial, mas fazer uma arquitetura onde todos possam circular livremente. Devemos começar a olhar para a arquitetura que produzimos e ver como ela é limitada e atende apenas a uma parcela da população. Precisamos ter consciência de que a nossa forma de pensar arquitetura ainda é limitada”, afirma. 

Vivência 

A atividade também contou com um momento de estímulo à empatia. Durante a vivência Calçando os Pés, os alunos utilizaram vendas, cadeiras de rodas e muletas, para simular momentaneamente a situação de uma pessoa com deficiência. Apesar do curto percurso, a experiência de se colocar no lugar do próximo foi algo marcante, segundo Rizia Peixoto, aluna do oitavo período. “Uma coisa é saber a teoria, mas quando você vai viver aquilo é que percebe quão difícil é. Não podemos fazer os projetos de qualquer jeito, tem que ser da forma correta porque para quem tem deficiência é muito difícil”, conta.