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Seminário discute protagonismo da pessoa com deficiência na vida cultural e esportiva

Data de Publicação: 17 de Setembro de 2019

#PraTodoMundoVer Auditório com pessoas sentadas em cadeiras. No palco estão o palestrante e um intérprete da Libras

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O acesso à cultura, ao lazer, turismo e esporte é algo cotidiano para a maioria das pessoas. Entretanto, embora esteja previsto na legislação, para as pessoas com deficiência essa ainda é uma realidade difícil. Foi para discutir esses direitos que aconteceu, nesta terça-feira, 17, o 6º Seminário A Arte de Incluir, dentro da programação da 7ª Semana Aracaju Acessível, idealizada pelo vereador Lucas Aribé.

Promovido pelo Instituto Lucas e Mariana Aribé de Acessibilidade para a Inclusão Social de Pessoas com Deficiência (Iluminar), no auditório da Sociedade Semear, o encontro foi baseado no Capítulo IX da Lei Brasileira de Inclusão. Durante todo o dia, composto por palestras, mesa redonda e debates, foram levantados aspectos importantes sobre a inclusão e participação das pessoas com deficiência nos mais diferentes espaços da sociedade.

#PraTodoMundoVer Imagem de Lucas Aribé cantando e tocando teclado

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Para Lucas Aribé, é preciso sempre buscar promover a acessibilidade nos diversos ambientes, pois esse é um direito de todos. "Nós ainda estamos muito aquém do necessário. É preciso que sociedade e poder público garantam ações práticas para que a pessoa com deficiência tenha acesso aos seus direitos, com iguais oportunidades a cultura, turismo, lazer e esporte. Fazer acessibilidade é possível, basta eliminar as barreiras atitudinais", afirma.

A palestra magna do evento foi ministrada pela mestra Izabel de Loureiro Maior,  membro do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência no Rio de Janeiro, que falou sobre questões previstas na legislação. A  palestrante pontuou que é preciso reforçar a conscientização para o respeito às diferenças.

#PraTodoMundoVer Imagem de Izabel Maior falando ao microfone

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"Ainda enfrentamos preconceito e discriminação. Qualquer pessoa tem habilidades e inaptidões, todos têm suas dificuldades. A deficiência não é obrigatoriamente o que é biológico, ela é a falta de situações que permitam que qualquer um tenha oportunidades iguais. A deficiência é a falta de preparo da sociedade em saber que pessoas diferentes sempre existirão. Os direitos culturais são direitos humanos. Quando respeitamos o direito de um, reforçamos o direito de todos”, destacou.

O palestrante Ricardo Shimosakai, especialista em turismo adaptado, abordou a dificuldade de acesso a equipamentos turísticos, entre hotelaria e pontos turísticos. Ele estima que 90% dos hotéis no Brasil ainda não estão preparados para receber pessoas com deficiência de forma adequada. "O problema é que não há boa vontade e iniciativa. A promoção da acessibilidade não deve ficar restrita à técnica. Não é apenas teoria, tem que existir na prática e para todos", reforça Ricardo.

Incluir é uma Arte!

O público também conheceu, durante o seminário, histórias de pessoas que colocam em prática diariamente a Arte de Incluir, seja através do esporte, da fotografia ou da dança. Entre os projetos sergipanos que foram apresentados está o Estrelas do Mar, idealizado e coordenado pelo policial militar Byron Virgílio, que promove a inclusão social através do surf adaptado.

"Eu tinha uma percepção de que eu poderia fazer algo voltado ao esporte para esse público. Não possuo na família nenhuma pessoa com deficiência, mas entrei nessa causa por afinidade. Decidi sair da minha zona de conforto para ajudar a transformar a vida das pessoas, para mudar a sociedade. Porém, a inclusão que eu achava que iria promover para as pessoas, está, na verdade, transformando a minha vida", declara Byron.

Outra iniciativa apresentada foi a da Galera do Click Aracaju, projeto criado em São Paulo que foi trazido à capital sergipana este ano através do Instituto Iluminar. Junto com o coordenador, o jornalista Saulo Coelho, parte dos integrantes participou do seminário fazendo a cobertura fotográfica. O evento também contou com apresentações artísticas do grupo de dança Loucurarte, além da exposição de materiais pedagógicos de educação inclusiva.