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CMA discute a necessidade da audiodescrição para inclusão da pessoa cega

Data de Publicação: 21 de Maio de 2019

#PraTodoMundoVer A professora Ritá de Cácia está na Tribuna da CMA

#PraTodoMundoVer A professora Ritá de Cácia está na Tribuna da CMA

A Tribuna Livre da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), desta terça-feira (21), discutiu a necessidade de consolidação da audiodescrição como mais um instrumento para efetivação da inclusão social das pessoas cegas. A iniciativa do vereador Lucas Aribé (PSB) contou com a participação da professora Rita de Cácia Santos Souza, da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

"Essa é uma temática ainda pouco discutida no Estado, mas de extrema relevância. É a arte de transformar imagens em palavras, o que abre uma janela ao mundo para as pessoas com deficiência visual. Com ela é possível descrever cenários, roupas, expressões e linguagens, permitindo a melhor compreensão da informação e da cultura", explicou Rita de Cácia.

A professora ressaltou ainda que a técnica vai muito além do uso apenas no entretenimento e outras pessoas também são beneficiadas. "A audiodescrição contribui para a formação cívica e cidadã do indivíduo. Sem ela, aquilo que está ao redor fica muito subjetivo para a pessoa cega, com baixa visão e até para outras pessoas, como idosos ou com déficit cognitivo, por exemplo", pontuou Souza.

O vereador Lucas Aribé ressaltou que a audiodescrição amplia a atuação das pessoas cegas nos espaços de participação social, garantindo condições para que elas possam intervir com qualidade. “Esse é um recurso que deve ser usado por todos nós ao publicarmos fotos e vídeos. Em nossas redes, sempre usamos a #PraTodoMundoVer com o objetivo de que todos tenham acesso à informação”, afirmou.

Lucas Aribé cobrou ainda a inclusão do recurso nas emissoras de televisão do Estado e lembrou a capacitação realizada pelo Instituto Iluminar. “Já temos trinta audiodescritores, três deles são consultores  - que são pessoas cegas – entre elas eu. E agora, pretendemos trazer esse curso para a Escola do Legislativo”, informou o vereador.  

Os recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência nas salas de cinema estão previstos na Lei 13.146/2015, que criou o Estatuto da Pessoa com Deficiência. A lei fixou prazo máximo de quatro anos, a partir de 1º de janeiro de 2016, para que as salas de cinema brasileiras ofereçam, em todas as sessões, acessibilidade. Porém, são poucas as salas no país que disponibilizam os recursos. Na televisão, desde 2011, a audiodescrição é oferecida por algumas emissoras em alguns programas.

Segundo a professora, a audiodescrição é um recurso que deve ser implantado em todos os espaços públicos com pessoas cegas ou que tenham baixa visão, por isso, defendeu a capacitação de mais profissionais na área. “Se não oferecemos acessibilidade de forma adequada, excluímos dentro da inclusão”, afirmou Rita de Cácia, que ainda apresentou as seguintes orientações:

-Na apresentação de um slide, por exemplo, faça notas proemias com breve descrição das imagens e conteúdo.

-Ao falar com um microfone, faça uma saudação inicial sem o equipamento para situar a pessoa cega sobre sua localização no espaço.