Dia a Dia

Aribé pede aos aracajuanos que assinem protesto em defesa da educação inclusiva

Abaixo-assinado virtual criado por educadores da Unicamp é uma forma de pressionar o Governo Federal a não promover mudanças na política de educação inclusiva que vem sendo implementada desde 2008

Data de Publicação: 22 de Maio de 2018

Na tribuna, Lucas afirma que mudanças seriam um retrocesso

Na tribuna, Lucas afirma que mudanças seriam um retrocesso

O vereador Lucas Aribé (PSB) fez um protesto contra a tentativa de reforma da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) encampada pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, sem o devido debate e participação da sociedade.  A PNEEPEI vem sendo implantada pelo sistema escolar brasileiro desde 2008 e suas diretrizes garantem a inclusão incondicional de alunos da educação especial no ensino comum, barrando quaisquer formas de discriminação e trazendo práticas inovadoras. O desabafo de Lucas, durante discurso na manhã dessa terça-feira, 22, na Câmara Municipal de Aracaju, corrobora com a preocupação dos estudiosos da educação inclusiva. Para eles, as mudanças representariam um aval para a segregação dos alunos com deficiência.

“Essas pessoas devem estar incluídas num ambiente educacional que precisa ser aberto à diversidade humana. O Governo Federal está na contramão, promovendo reuniões com o intuito de retirar a educação inclusiva do programa nacional de educação do Brasil. Isso representa discriminação e um retrocesso absurdo. Temos uma mobilização nacional com um abaixo-assinado circulando na internet e eu gostaria de contar com o apoio dos colegas vereadores e da população aracajuana, com a assinatura para que essa reforma educacional não aconteça. Não podemos admitir a possibilidade de pessoas com deficiência voltarem a ser educadas em classe especial e em escolas especiais”, clama Aribé.

O vereador relembrou que a luta contra a segregação de pessoas com deficiência é histórica. “No início dos tempos e até um certo período da história, quando a deficiência ainda era encarada como uma enfermidade, essas pessoas não podiam nem viver. Depois foram avançando, passaram a ter o direito de viver, porém, segregadas, sem poder se relacionar, se socializar. A muito custo, nós fomos evoluindo, o nosso país criou a educação especial, depois veio a educação especial na perspectiva da educação inclusiva. E agora querem retroceder”, reclama Lucas.
“O que o Governo Federal precisa discutir são os avanços na educação, a formação dos professores, a estrutura curricular, a condição das escolas – pois muitas delas ainda não possuem acessibilidade. Tem que discutir a situação das pessoas surdas que necessitam de intérprete de Libras na sala de aula; das pessoas com deficiência visual que não encontram material didático acessível; das pessoas com deficiência intelectual que têm outras dificuldades e precisam de atendimento diferenciado. É preciso discutir o preconceito que existe por parte de muitos professores e diretores, para que possamos eliminar todas as barreiras”, argumenta Aribé.